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esporte, inspiração, mulher, olimpíadas

Aída dos Santos: Primeira mulher brasileira em uma final olímpica

08 Março, 2021

Em 1964, o Brasil vivia o início de uma ditadura militar. Vera Lucia era eleita Miss Estado da Guanabara, que garantiu a ela o direito de ser a primeira mulher negra a concorrer ao Miss Brasil – e terminou em segundo lugar. A Guerra do Vietnã, que Muhammad Ali se recusou a ir, ainda acontecia. E Martin Luther King Jr. ganhava o Prêmio Nobel da Paz.

Naquele mesmo ano, AÍda dos Santos chegava em Tóquio para disputar os Jogos Olímpicos de Verão. Dos 68 competidores da Delegação Brasileira, ela era a única mulher. Estrutura zero para a atleta brasileira que não tinha treinador, não sabia a língua local, não tinha o que vestir, não tinha o que calçar e nem dinheiro para se alimentar.

A primeira Olimpíada na Ásia era um marco na história. Foram os primeiros Jogos a serem transmitidos via satélite pela televisão. Também teve a estreia de três novas modalidades: pentatlo feminino, judô e vôlei - e o destino quis que sua filha Valeskinha, 40 anos depois, estivesse em uma Olimpíada, competindo neste último.

Aída esteve em duas edições dos Jogos Olímpicos. A estreia, em 1964, foi dura. A brasileira relata que chorava todos os dias por estar perdida na competição. Na abertura, não tinha uniforme e improvisou a roupa de uma outra disputa. Treinou sem calçados adequados e ainda torceu o pé nas eliminatórias. O calçado usado foi feito às pressas por um cubano, que sentiu pena da situação da atleta e ajudou a improvisar.

Contra todos os prognósticos, Aída fez história. Primeira mulher brasileira em uma final olímpica. No salto em altura, subiu 1,74 metros para marcar o recorde nacional de uma atleta até o ouro no vôlei de praia, nos Jogos de Atlanta, em 1996, conquistado por Sandra e Jacqueline, 32 anos depois. No individual, o feito só foi batido em Pequim 2008, com o bronze de Ketleyn Quadros, no judô, negra e primeira mulher brasileira a conquistar uma medalha olímpica em esportes individuais.

Aída também competiu nas provas de 100 metros rasos e lançamento de dardos, mas sem resultados expressivos. A segunda vez foi na Cidade do México, em 1968, mas terminou em vigésimo lugar no pentatlo.

Aída dos Santos começou no esporte através do vôlei. Mas, na época, não tinha apoio do pai, que exigia que ela fizesse alguma coisa rentável para ajudar em casa porque no esporte não se ganhava nada. A convite de uma amiga, foi conhecer o atletismo e participou das competições escondida da família. Foi campeã estadual, brasileira, sul-americana e pan-americana de salto em altura. No pentatlo, foi medalhista de bronze no pan-americano de Winnipeg, no Canadá, e de Cali, na Colômbia.

"Ser mulher no esporte era muito difícil. Ainda mais sendo negra e pobre. Meus pais não entendiam e não queriam que eu praticasse esporte. Quando ganhei minha primeira medalha, meu pai jogou ela fora porque eu não trouxe dinheiro para casa. Foi duro, mas insisti." — Aída dos Santos

Aída olha com muito carinho para o presente e para o futuro do esporte. Atualmente, a ex-atleta tem um instituto com o seu nome, em Niterói, no Rio de Janeiro, que visa a promover a inclusão social por meio do atletismo e do voleibol, esportes que mudaram a sua vida.

"Quero formar cidadãos, mostrar para essas crianças que elas podem ter um futuro melhor e uma vida saudável e de bem", disse Aída.

Em 2006, a aniversariante do dia recebeu o Troféu Adhemar Ferreira da Silva no Prêmio Brasil Olímpico. Em 2009, foi agraciada com o Diploma Mundial Mulher e Esporte, uma premiação especial do Comitê Olímpico Internacional.

"Eu consegui muita coisa no esporte, mas tenho certeza que seria muito mais reconhecida se não fosse negra", declara.

A história dessa mulher precisa ser contada e reverenciada. Precisa ser o exemplo de como não devemos tratar os nossas atletas. Aída é a mulher que merece todas as honras ainda em vida. Vida longa a Aída dos Santos!

Fonte: Globo Esporte

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